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"CAIR DO DIA " (2022)

 

Na obra “Cair do dia” busco dar luz às casas que resistem ao processo de verticalização das cidades. 

A partir de relatos que li e ouvi de moradores de diferentes bairros de São Paulo, me vi tocada pelas histórias de pessoas que testemunharam uma radical transformação do entorno. Quarteirões inteiros que foram ao chão e deixaram poucas (e incômodas) possibilidades para os que ali ficaram. Habitantes que, no esforço de preservar seus cenários (e as memórias e afetos ali contidos), ficaram literalmente à sombra de tudo que se avizinhou. Para eles, nem mesmo a luz dos dias permanece igual. “Antes aqui batia sol. Não bate mais.”, dizia um dos relatos. 

Neste contexto, proponho nesta vídeoarte um jogo de palavras que nos remete à experiência de testemunhar uma mudança do entorno e, por consequência, uma mudança da nossa própria relação com o mesmo. 

Palavras de uma situação quotidiana imaginada, vão sendo paulatinamente substituídas por blocos acinzentados. 

Ao final, uma isolada palavra resiste. A despeito de tudo, algo ainda resta. 

 

 

 

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